quarta-feira, agosto 29, 2007

Instituto

"História real: o artista plástico Alexandre Orion estava passando pelo túnel da Cidade Jardim, em São Paulo, quando percebeu que o escuro da parede não era tinta, era fuligem. Com um pano, começou a desenhar um ossário pelo túnel, na linguagem urbana de seus trabalhos. A polícia apareceu, "enquadrou", ele explicou que não estava pixando, estava limpando. Não teve jeito, o trabalho foi lavado pelos garis. A produtora Big Bonsai registrou tudo e “Ossário”, música do Instituto, embala a coisa toda. O clipe-documentário acaba de ser lançado no site da gravadora YB e no YouTube (vídeo acima)."
from: Coquetel Molotov

Esse é mais um exemplo da burrice brasileira. É um absurdo: no país, a intervençao artística no espaço urbano ainda é considerado sujeira, pichaçao, ou qualquer outra coisa, menos arte.

E quem lembra do código de barras no centro de Porto Alegre? Chega a ser engraçado que os nossos queridos azuizinhos do EPTC queriam "prender" os "criminosos"...


segunda-feira, agosto 27, 2007

Sperms and eggs


Espermas I, originalmente cargada por Eduardo Rabin.

foto: Edu Rabin

Canção pra você viver mais

Revigorada, sinto uma tranqüilidade tão plena que dói – aquelas dores boas que temos como quando alongamos um músculo.
Os velhinhos que estão por toda parte no bairro não me atravancam mais o caminho com suas bengalas. Os vejo passar com cara de boba. Me dá vontade de pegar nas mãozinhas enrugadas para passear.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Me(u) desafio

Depois de dias de muita chuva preguiçosa e atípica, um pouco de sol.
Caminho pelas ruas vazias de Barcelona. É cedo. As ruas desertas, lojas fechadas. Mês de agosto, a cidade está de férias. Não caem pingos na minha cabeça, pois ninguém ligou seus aparelhos de ar condicionado. Hoje o dia está fresco. Olho para dentro de um café, onde um quarentão toma seu cortado feito de café brasileiro servido por um chinês, que espia a televisão pequena. Notícias – provavelmente do furacao no caribe – vêm em forma de imagens sujas de grao borrado. Sigo caminhando até minha rua, pensando nem sei bem no quê. Isso é Barcelona, isso sou eu aqui, isso é a vida de hoje. Em uma quadra, vi uma amostra grátis do mundo.

Uma melancolia me aperta o peito. Como é que podemos ter tantas certezas e no minuto seguinte, tantas dúvidas? O que era o quase certo se torna tao certo que dá medo. Eu e meu medo do aburrimento (tédio). As pessoas falam em medo de mudança em seus livros de auto-ajuda e gestao empresarial, e eu com esse pavor da mesmice. Tenho consciência do meu aburrimento com pessoas e lugares. Me aburro, me aburro, me aburro. Me aburro com um trabalho depois de um tempo, me aburro com namorados, com cidades e até com amigos. Começa a me dar uma coceira, uma brotoeja, tenho que sair correndo, suar, escalar uma montanha, mudar os ares, mudar de pessoas. Me pergunto se um dia isso vai mudar em mim. Me pergunto se um dia vou sossegar. Essa fase da minha vida é uma prova de fogo pra mim, justamente por causa desses sinais de estabilidade.

Um ano mais na mesma cidade, Carol. É... Outros quantos meses em Barcelona. Um contrato assinado de mais um ano no mesmo apartamento. Logo eu, cansada de me mudar, agora tenho uma invejinha reprimida de quem está se mudando e sinto a caneta tremer na mao. Por quê??
Ficar aqui também é assumir compromissos outros, mais pessoais. É estar (e apostar) no relacionemento mais concreto que tive nos últimos anos. É.. pois é. Apavorante, às vezes, a idéia de que não vai dar certo, de que ele vai mesmo me trair, de que eu vou trair ele, de que eu tenho ataques de raiva ridículos, de eu ser egoísta pra caralho, de ele me achar insegura, de eu me achar insegura e de eu odiar me ver insegura e de que eu nao posso ser assim tao exigente comigo mesma. Ai. Fácil mesmo é mudar. O complicado é segurar na mao de alguém e mergulhar fundo, pegar a caneta com firmeza e assinar o contrato de aluguel.

Que bom. Vontade é o que nao falta.
E, olha só, menina gulosa pelo mundo: de tanto divagar sobre a tua inquietude pelo novo, tu te deste conta de que é na concretizaçao das coisas da tua vida que está a mais nova montanha a ser escalada. Pronto, encontraste tua novidade.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Que seja infinito enquanto dure

As coisas seriam muito mais fáceis se todos vivêssemos assim.
Num paraíso, com alguém que se ama, sem preocupaçoes, sem buzinas nem relógios.
Tarefas dos dia:
- fechar a barraca
- descer a montanha
- passar protetor solar
- mergulhar e ver peixinhos
- nadar até a próxima praia
- tirar fotos
- tomar água
- andar de caiaque
- conversar
- namorar
- caminhar na trilha
- tirar uma soneca
- se bronzear
- remar até uma praia nudista
- se pelar
- se vestir
- tomar mais água
- namorar mais um montao
- comer
- beber
- ouvir boa música ao vivo
- dormir (num colchao inflável, de preferência)

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin