sexta-feira, outubro 31, 2008

You got to get your move on

Hoje ouvi uma estória de uma menina que ligou para seu amigo às 3 da manha para perguntar que ônibus noturno ela pegava pra chegar em casa. Era quinta-feira. Ela acordou duas vezes o pessoal do apartamento quando foi vomitar durante a madrugada, depois de chegar em casa. De manha, se podia ler em post-its grudados no espelho do banheiro: "Os perdéis la mejor fiesta!! MDMA!!!!".
No fim de semana passado ela tinha saído de festa no sábado e voltou de manha. No dia seguinte, quando ninguém podia sentir o cheiro de álcohol, ela começou a beber às 2h da manha, com um amigo. Pararam às 7h, depois de detonar 1 litro de cerveja e quase uma garrafa inteira de rum. Era hora de J. ir trabalhar.

Eu fico pasma com essas pessoas. Pra mim, elas sao de outro planeta. Talvez de Saturno. Eu nao sou nada "careta", bebo sim, até bastante e, eventualmente, consumo drogas (ops, did I say it out loud?), mas nunca conseguiria levar esse ritmo de vida on a regular basis. A única explicaçao que encontro é que estes seres paranormais nao se importam com seus trabalhos. Nem com a ressaca (putz, eu abomino a ressaca mais que qualquer coisa, fico imprestável e mal-humorada, corro risco de morder as pessoas à minha volta e soltar gemidos de dor). Eles nao se importam com o corpo? Digo, com o fígado? O estômago? Nem com os outros que acordam ao som de vômito? Nao estao nem aí que nao vao conseguir fazer nada no dia seguinte, que vao fazer as coisas mal, que vao passar o dia enjoados?

Ou eles simplesmente nao sao tao neuróticos como eu.

Amo uma festa até de manha, já perdi a conta de quantas vezes me estraguei, mas sempre pago um preço caro. Além de sentir certa culpa moral. É, eu sei, nisso eu sou bem careta mesmo. Mas imagina só, com a vida que ando levando, nunca poderia ligar o foda-se.
Só pra se ter uma noçao, só ontem eu: trabalhei no escritório da revista até às 14h, pedalei até minha casa, comi, chequei meus e-mails, depilei minhas pernas (com cera quente!), lavei roupa, passei vassoura no chao pois estava sujo desde a reforma do banheiro, li e pesquisei sobre festivais brasileiros de cine para fazer o projeto do FLO 2009. Daí eu desci, busquei uma carta no correio, comprei um cabo de vassoura e um escorredor no chino, mais frutas, e subi. Marquei uma reuniao, cancelei a reuniao, respondi e-mails da produçao do curta-metragem, revisei um texto pra revista do Brasil, trabalhei nas perguntas para a entrevista ao CSS da revista daqui, jantei, pesquisei mais sobre o CSS, falei com meu namorado no telefone, li sobre moda e escrevi no meu blog. Nao deu tempo de ler meu livro, pois já estava capotada às 00:45.

É insano.
E nem foi dia de academia. Nessas horas até acho bom que meu namorado nao mora em Barcelona.

Ao mesmo tempo, é essa rotina (nada rotineira) que faz com que eu me sinta viva. Sounds brega, tá bom. A inércia é minha amiga, que posso fazer. Muito tempo parada me dá comichao, dor de barriga, nó na garganta. Pelo menos aos poucos eu vou sabendo lidar melhor com esse caos frenético que invento pra mim mesma. A doses cada vez menores de neurose.

* Post inspirado pela forasteira, que parece que tira as palavras da minha boca.

Um comentário:

glittah disse...

aww, you're too kind! I wish I'd write more often, these days all I want to do with my free time is read other people... :)

love your blog too!

ps: tu vai entrevistar o CSS? Eu conheço o Adriano, ele (e o resto da turma) moram aqui. Se precisar de back-up pictures, o JR, my other-half, e' fotógrafo... anyway, just in case :*

xx

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